Carlos acordou mais cedo que o de costume. Eram dias importantes e ele não podia se dar ao luxo de perder valiosas horas dormindo. Foi até a porta e pegou os jornais. Assinava três diários do Rio, mais dois de São Paulo, dois de economia e um de esporte. Destes, lia apenas o Primeira Página e mais um, além de algumas outras matérias esporadicamente. Quando abriu a porta, ainda viu a pick-up preta com Braddock e Bronson do lado de dentro, ainda observando sua casa por trás dos óculos escuros. Ramos já ia chegar para acompanhá-lo ao jornal.
Carlos voltou para dentro, tomou um banho rápido e se arrumou. Passou os olhos pelas capas dos jornais, separou alguns cadernos para ler no caminho e saiu. Ramos acabara de chegar com seu carro, que ficara com o policial na noite anterior.
- E aí, seu Santa? Passou a noite em paz?
- Bem tranqüilo, como você havia dito.
- Viu? Meus camaradas são boa gente. Não conversam em serviço e não atrapalham ninguém durante a patrulha. Pode ir entrando, seu Santa, eu vou só falar com os meninos.
Ramos foi até a pick-up e bateu no vidro. “Devem estar dormindo, esses folgados”, pensou o policial. “Deixa os garotos, Ramos, devem estar exaustos por ficar de tocaia a noite toda”, gritou Santa Cecília.
O obeso policial civil chegou bem perto do vidro, mas nada conseguiu ver do lado de dentro. Então, foi para a frente do carro, olhar através do para-brisa dianteiro.
- Putaqueopariu!, gritou Ramos andando para trás. Carlos saiu do carro na direção do policial.
- O que foi, Ramos?
- Eles… eles tão mortos!
domingo, 24 de agosto de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário