Chico Antônio já estava há mais de uma hora parado no calçadão da Avenida Atlântica. Tudo bem que foi preciso acordar cedo para ir a Olaria, mas ficar a manhã toda debaixo do sol na beira da praia o estava deixando irritado. Já tomara duas águas de coco, mas o calor não dava trégua.
Tudo o que ele tinha era uma descrição. Pacheco Filho ouvira de um policial italiano que Gianni Tomasi era alto, forte, mas não musculoso, e tinha um bigode volumoso. Podia ser apenas o palpite de um fotógrafo acostumado a cobrir crime, mas Chico tinha certeza de que o italiano parrudo não tinha mais bigode.
Um homem saiu do hotel onde Juliana Hosenfeld garantira que Tomasi estava hospedado. Ele se encaixava perfeitamente na descrição, exceto pelo bigode, obviamente. Chico o seguiu por um quarteirão, até uma loja de calçados. O homem tinha sotaque gaúcho, não era o capanga de Armando.
Chico voltou correndo para a porta do hotel, apenas tempo suficiente para ver outro homem que se encaixava na descrição que Pacheco lhe dera pegar um táxi. O fotógrafo correu até o carro do Primeira Página, onde Seu Soares, o motorista, quase cochilava.
Os dois seguiram o táxi por quinze minutos, até que o provável Tomasi saltou em um shopping de Botafogo. Chico correu para o shopping, tentando se adiantar ao grande italiano. Parou próximo a uma escada rolante e quando Gianni se aproximou, Chico fez a foto.
Tomasi sorriu, ajeitou o cabelo e perguntou, em um português muito acentuado:
- Quer bater mais uma? Mande um abraço de Dom Armando Paglia para Carlos Santa Cecília.
domingo, 24 de agosto de 2008
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