terça-feira, 22 de julho de 2008

Cap 1 - Reunião de pauta

Quando Santa Cecília chegou ao jornal, já estavam todos na sala de reunião. Além de Lincoln Albuquerque, estavam o chefe de reportagem Cosme Fagundes, a editora de cidade Catarina Casaverde e a repórter Bia Lacerda, além de mais alguns repórteres, fotógrafos e estagiários. O colunista não perdeu tempo.
- De que é feito um bom repórter?

Ninguém respondeu. Havia uma certa tensão no ar. Além de ninguém saber o motivo da reunião, muitos evitavam trocar palavras com Santa Cecília. De todos os que estavam na sala, o único que realmente falava com ele era Lincoln, mas muitas vezes acabava falando sozinho. Santa Cecília continuou mesmo assim.

- Um bom repórter é feito de três coisas: talento para escrever, um pouco de curiosidade e as fontes certas. Eu tenho os três. Em duas semanas, três no máximo, acontecerá um grande crime. Desse tipo que abala toda a sociedade. Nós vamos cobrir este crime, mas todos os outros jornais também vão. Nós precisamos ir além. Se nós descobrirmos uma forma de evitar este crime, nós teremos um furo de reportagem.
- Onde quer chegar?, perguntou Lincoln.
- Em dois dias Armando Paglia deixa a cadeia na Itália. Aposto o quanto quiserem que ele vem para o Brasil no primeiro vôo.
- Armando Paglia? O Dom Armando?, interrogou a jovem repórter Bia Lacerda.
- Exatamente! Usem todas as suas fontes, toda a sua curiosidade e investiguem. Até a última vez em que ele esteve no País ele era blindado, mas acho que agora está mais suscetível às leis brasileiras. Acreditem em mim. Se nós o pegarmos antes do grande crime que acontecerá, receberemos muitos prêmios. Vocês têm até o final do dia para confirmar a participação nesta cobertura.

Aos poucos, todos os jornalistas abandonaram a sala. Apenas Santa Cecília e Lincoln restaram.
- Isto é o que eu estou pensando? Uma caça às bruxas?, questionou o diretor de redação.
- Chame como quiser. Eu chamo de sobrevivência.

Nenhum comentário: