Carlos Santa Cecília almoçou um joelho com refresco numa pastelaria qualquer da Gomes Freire. Depois foi até a frente da sede da Polícia Civil e ficou esperando. Acendeu um cigarro na ponta do outro até que quem ele esperava apareceu.
- Seu Santa. Não esperava te ver tão cedo!
O nome dele era Olavo Ramos. Policial civil há mais de três décadas. Vivia sendo investigado pela corregedoria. Era acusado de participar de grupos de extermínio e de milícias. Só negava o último.
Ramos e Santa Cecília se conheceram dez anos antes. Desde então, ele virara uma fonte importante para o jornalista. Carlos descobriu que era só pagar um almoço para o obeso policial que rapidamente todos os podres da força vinham à tona. Mas agora Santa Cecília não precisava de informações.
- Ouvi dizer que você está para se aposentar — comentou o colunista.
- É verdade.
- O que te impede.
- Você sabe, seu Santa. Aqui na polícia a gente acaba sempre ganhando um por fora.
- Te pago o dobro do que você recebe no contracheque se você sair da polícia.
- E o que você quer?, perguntou Ramos.
- Segurança.
quarta-feira, 23 de julho de 2008
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