quarta-feira, 30 de julho de 2008

Cap 11 - O início

“Em dois dias estou voltando. Mal posso esperar para nos encontrarmos novamente. Diga à Ana que eu ainda sinto a falta dela. Nosso reencontro vai ser de matar.”

Quem assinava a carta tinha as iniciais A.P., as mesmas de Armando Paglia. Poderia parecer uma carta de um amigo, mas era claramente uma ameaça de morte.

Em 1998, Carlos Santa Cecília era o mais conhecido jornalista do Rio de Janeiro graças à sua teimosia. Quando cismava com alguém, ele investigava a fundo a vida da pessoa. Foi o que aconteceu com Paglia. Após um assalto na casa do empresário, os dois bandidos apareceram mortos. As mãos e pés decepados e marcas de queimadura garantiam que as sessões de tortura haviam sido demoradas.

No mesmo dia, Santa Cecília entregou a Lincoln sua pauta. Passou duas semanas falando com todas as autoridades possíveis: Polícia Federal, Ministério Público, Ministério da Justiça. Alguém decidiu dar ouvidos a ele e começaram a investigação Macaco Prego.

Durante quatro meses, Santa Cecília foi a sombra de Paglia. Até almoçavam no mesmo restaurante. Em tom de ousadia, Dom Armando até cumprimentava o jornalista. Isso até que a polícia conseguiu um mandado de busca e apreensão na casa dele.

Na ocasião, nada foi provado contra Paglia, mas alguns documentos comprometiam seu filho mais velho, que acabou preso em cela comum porque ainda não tinha terminado a faculdade. E a manchete do Primeira Página do dia seguinte ainda humilhava o garoto. Dom Armando ficou furioso.

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