terça-feira, 22 de julho de 2008

Cap 4 - Bia

Bia Lacerda se lembrava do nome Armando Paglia. Ela ainda era menina, mas lembrava do dia em que ouviu na televisão que Dom Armando havia fugido do País. Na faculdade, leu um livro sobre a investigação da imprensa no caso. Até a metade do livro, o nome de Carlos Santa Cecília era repetido diversas vezes. Da metade em diante o nome dele simplesmente desaparecia. Era no mínimo estranho que ele ressuscitasse este caso agora.

A jovem repórter não gostava do colunista. Ele era seu ídolo na época da faculdade e o motivo de ela ter lutado tanto para conseguir um emprego no Primeira Página. Mas logo em seu primeiro dia veio a decepção. Toda animada, ela tomou coragem e foi falar com ele. Sério e antipático, ele perguntou:
- Você tem alguma informação para mim? Você pode me ajudar em alguma coisa? Então volte quando a resposta for positiva para alguma destas questões.

Desde então, Bia passou a nutrir severo ódio por seu antigo herói de profissão. Mas sempre prestou muita atenção em tudo o que ele esbravejava na redação. Acompanhar a fúria de Santa Cecília com os coleguinhas era uma aula diária de como ser jornalista, ou como não ser, em alguns casos.

Seguindo o conselho do colunista, ela foi buscar suas fontes. Ligou para um velho amigo na assessoria da Polícia Federal e cobrou um favor. Do outro lado da linha ele disse que não podia, que poderia ser demitido se vazasse qualquer coisa, mas acabou cedendo. Mandou por e-mail tudo o que a polícia tinha sobre Dom Armando.

Na página 15 estava o motivo do interesse de Santa Cecília no caso. Ela não teve dúvidas. Se levantou, foi até a mesa de Fagundes e disse:
- Pode contar comigo nesta cobertura!

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