Fagundes ainda não sabia o que estava acontecendo. Há algumas horas na prisão, ele ainda se sentia incomodado com a dor de cabeça. A mesma desde que acordara e se deparara com a garota morta em seu apartamento.
A vizinhança não era a mais amigável. Todos sabiam quem ele era e imaginavam que ele contribuíra para que todos tivessem parado atrás das grades. “Jornalista deveria ir para um presídio próprio”, pensava ele.
Cosme Fagundes estava muito cansado, mas não conseguia dormir. Não tinha coragem de fechar os olhos e ficar à mercê de todos aqueles que de longe o observavam a faziam gestos que deixavam claro que sua hora estava próxima.
No meio da tarde, um carcereiro entrou na cela. Do bolso da calça, puxou um maço de notas de cinqüenta reais, que foi distribuindo uma a uma a todos os presos, exceto Fagundes, que preferiu se virar e não ser testemunha do que estava acontecendo.
O carcereiro se aproximou dele mesmo assim e disse baixinho em seu ouvido:
- Eu tenho um presente para você também!
O chefe de reportagem setiu algo invadir sua barriga. O carcereiro tinha uma faca nas mãos e a barriga de Fagundes sangrava muito. A camisa branca se contaminava de vermelho e Cosme desmaiava enquanto ainda tentava entender o que se passava.
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
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