Armando Paglia gritava furioso que toda a culpa pelo que acontecera a seu filho era de Carlos Santa Cecília. O copo em sua mão já não tinha bebida, esvaziado enquanto o descendente de italianos gesticulava. Carlos já havia sido golpeado duas vezes: um soco na boca do estômago e uma coronhada no alto da testa, que sangrava um pouco.
Tomado pelo ódio, Armando virou-se para a janela, enquanto com a pistola, batucava no parapeito.
- Você tinha que se meter, seu cretino! Tinha que se meter!, repetia freneticamente o mafioso.
Paglia tirou o pente da arma, garantiu que estava carregada, puxou um crucifixo do bolso e fez uma oração. Quando virou-se de volta para Carlos, descobriu que o jornalista desaparecera.
Em uma dos quartos, um vaso de porcelana caiu, denunciando um movimento suspeito. Quando Paglia chegou ao cômodo, achou um de seus capangas caído e sem a arma. Armando fez sinal para os outros e iniciou a busca por Santa Cecília no amplo apartamento.
No escritório, o deputado aproveitava o descuido de Paglia. Com certo esforço, foi até a gaveta da escrivaninha e pegou uma pequena faca de abrir cartas.
- Não faça isso — disse Lincoln. O conselho foi ignorado pelo deputado.
Paglia e os capangas vasculhavam cada centímetro do apartamento até que um deles alertou para o som de passos na sala. Armando correu, apenas tempo suficiente para ver a porta se fechando. Com a pistola em punho, o mafioso atirou contra a madeira, ato mimetizado por seus comparsas. Um deles foi até a porta e constatou: um homem fora alvejado.
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
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