No edifício em Ipanema, Armando aguardava a chegada de Santa Cecília. Seria o momento da vingança, de retribuir pelos últimos dez anos e pela morte de seu filho. Num canto, amarrado e amordaçado, Lincoln tentava respirar.
O apartamento tomava toda a cobertura de um edifício da Vieira Souto. Pertencia ao deputado, que era comparsa de Armando desde o início. Ele ficara responsável por cuidar dos negócios sujos após a ida de Armando para o exterior. E utilizara o dinheiro do crime para se reeleger duas vezes.
O deputado não estava satisfeito com o rumo das coisas. Em primeiro lugar, acreditava que a forma como ele guiara os negócios nos últimos anos deveria ser respeitada. Além disso, por mais que gostasse do dinheiro ilícito, não era chegado a assassinatos, o que estava prestes a acontecer.
- Eu quero sair fora, Armando.
- Como assim sair? Agora que estamos começando a nos divertir…
- Eu não gosto de violência. Eu até tentei convencer o Santa Cecília a ficar fora do seu caminho.
- Não foi aquele reporterzinho que entrou no meu caminho, nobre deputado. Fui eu que entrei no dele. Eu só voltei para o Brasil para matar este miserável.
- Armando, vamos fazer o seguinte… Você pega esse jornalista que você seqüestrou e sai da minha casa e fica tudo bem entre a gente.
- Acho que não, deputado. Agora eu já dei o seu endereço para o Santa Cecília e ele está vindo para cá.
- Então você fica e eu saio.
- Não funciona assim, caro parlamentar. Quem manda aqui sou eu e você vai fazer do meu jeito. Além do mais, você tem imunidade, não sei porque está tão preocupado.
- Porque pessoas vão morrer.
- Pessoas morrem todo dia. Se você não calar a boca, o próximo vai ser você.
Com um simples gesto de Armando Paglia, três capangas se aproximaram do deputado. Um deu um soco em sua nuca e os outros dois o amarraram. Ele foi jogado no canto ao lado de Lincoln.
terça-feira, 16 de setembro de 2008
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