quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Cap 61 - Evidência

Catarina acompanhou Ramos pela escada quando os dois invadiram o prédio. Marco ficara desacordado na portaria. Catarina teria preferido subir de elevador, mas a experiência do policial lhe garantira que nunca se deve pegar o elevador, ou se torna presa fácil.

Subiram pela escada. Durante todo o percurso, todos os oito andares, Ramos lhe ordenara que tomasse distância. Teimosa como qualquer jornalista ela não obedeceu, a não ser quando chegaram no último andar e quatro capangas de Paglia saíram do apartamento.

Com uma leveza inacreditável para sua idade e peso, Ramos jogou cada um dos bandidos contra a parede. Apesar de ter uma arma na mão e ser conhecido por saber usá-la, havia momentos em que Ramos simplesmente preferia acabar com os criminosos com os próprios punhos, e assim ele fez. Apenas um tiro foi disparado, em um que recobrou a consciência e segurou Catarina pelo tornozelo.

Ramos e Catarina aproveitaram a escuridão do corredor para observar o que se passava na sala do apartamento do deputado. O policial não entrou até julgar que era necessário. Quando Armando estava prestes a atirar, Ramos se jogou sobre ele e evitou a morte de Santa Cecília no último segundo.
- Acabou, Dom Armando!, gritou Olavo Ramos, com o corpo sobre o criminoso, impedindo qualquer movimento.

Neste momento, Catarina entrou correndo no apartamento, o que distraiu Ramos. Atento, o último capanga de Paglia se aproveitou da distração para se aproximar, mas foi alvejado pelo policial.

Em pânico e se sentindo culpada por quase ter estragado tudo, Catarina se escondeu em um dos quartos, certamente o quarto do deputado. Na sala, um tiro e um gemido indicavam que nada havia saído como ela e Ramos haviam planejado. No quarto, porém, algo chamava mais sua atenção do que a ação do outro cômodo. O computador ligado mostrava um e-mail trocado entre o deputado e Leninha, a amante.

“Me encontre naquele bar próximo ao Primeira Página. Preciso de sua ajuda. O assunto é sério. Não conte para ninguém ou tudo estará acabado entre nós”, dizia a mensagem. Era o passaporte de Cosme Fagundes para a liberdade.

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