quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Cap 62 - Jornalismo sangrento

Bia Lacerda e o fotógrafo Chico Antônio invadiram o edifício atrás de quatro policiais. Dois deles foram levados até lá pelos próprios jornalistas. Os outros dois foram chamados pelos moradores, muito assustados com os tiros e os gritos.

Quando chegaram, encontraram o corpo do deputado estirado no meio da sala. Em um dos cantos, Santa Cecília ajudava Lincoln a se soltar. Encostado na parede, Ramos fumava um cigarro de filtro amarelo e bebia whisky no gargalo. Seu ombro sangrava muito. Nada que um pouco de bebida não pudesse curar.

Armando Paglia estava estirado no chão, com a cara enfiada no tapete macio tingido de sangue.
- Ele morreu?, perguntou Bia.
- Ele não teve esta sorte. Está só descansando, esse folgado — respondeu irritado Ramos.

Paglia acertara o tiro no ombro de Ramos. Mas o bandido esquecera que havia deixado a arma com apenas duas balas. A primeira ficou no chão, quando atirou em Carlos. A segundo no ombro do policial. Enquanto tentava recarregar, Ramos se recuperou e deu uma surra inesquecível no mafioso.

A foto do rosto de Paglia contra o tapete foi uma das melhores já tiradas por Chico Antônio. Infelizmente, nunca foi publicada. “Este tipo de jornalismo sangrento”, disse Lincoln no dia seguinte, “não faz o estilo do Primeira Página”.

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